domingo, 25 de abril de 2010

Trovas inéditas de Benedito Cunha Melo



À Sempre-Viva, em verdade,
Não deu perfume o Senhor
,Para não ser a vaidade
Sempre viva numa flor.


Quando eu morrer, trovadores,
Se me tendes, como irmão,
Enchei, enchei, como flores,
De trovas o meu caixão.



Senhor: tranqüilas e mansas,
As últimas tardes minhas,
Vendo, no pátio, crianças,
Vendo, no azul, andorinhas...


A vida de São Francisco
Foi um poema à pobreza:
Trocou os bens pelo Bem,
Sua única riqueza.





Venho de um mundo distante,
Venho de um mundo acabado,
Onde deixei, soluçante,
O último sonho enterrado.


Fez lembrar-me a voz do grilo,
Noite a dentro; aqui, ali,
A paz de um mundo tranqüilo,
Em que já cri... cri... cri... cri...